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LUGAR DE ENCONTROS: UM COCÓ DE TODOS

Por |  Luciana Silva

O Parque do Cocó resiste à especulação imobiliária em Fortaleza, e é sem dúvida, um dos espaços mais especiais. Ponto de encontro de amigos, casais, grupos de corrida, além de passagem obrigatória para quem deseja fazer um piquenique, o local, mesmo com suas limitações, ainda é o melhor lugar para se ter um momento de lazer, contato com a fauna e vegetação.
Mas, o que esperar de um primeiro encontro? Rafael Reis, 24, estudante do curso de geografia da Universidade Estadual do Ceará (UECE), fala sobre sua relação com o Parque que permanece há pelo menos 7 anos. “A escolha pela geografia, em nada teve a ver com o parque, mas uma coisa acabou levando a outra” disse.
 
Ele, que conhece o lugar como a palma da mão, aproveita também a tarde de sábado para rever os amigos: Maria Caroline, que visita o parque pela primeira vez, acompanhada dos irmãos Karla Cássia e Filipe Guimarães, ambos moradores de bairros distintos da capital alencarina. Relata que a preservação da área é de extrema importância, principalmente para a dinâmica do clima e dos microclimas: “Pra mim esse acesso às áreas verdes, por serem poucas na cidade, mesmo com os problemas, ainda é o melhor lugar para encontros e contato com o ecossistema da região”

 

O estudante Rafael Reis, está engajado na luta pela diminuição do impacto ambiental e preservação da área verde                                                                                                                                                                           Foto: Luciana Silva

Rafael, que já visitou o local por inúmeras razões, como em análise realizada na região da Sabiaguaba, pertencentes ao Cocó, atividade realizada pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) com o objetivo de apresentar a relevância das dunas para o biossistema local; reconhece a importância do lugar e fala sobre a polêmica legalização do parque e a falta de consenso dos movimentos em defesa do lugar e do Governo do Estado do Ceará. Seja pelos custos gerados pela maior abrangência da área regulamentada ou pela exclusão dela, o embate segue prejudicando a todos. 
 
“A especulação imobiliária, a exclusão dos ares das dunas do Cocó da regulamentação, também são fatores que pesam na resolução da questão. Porém, o mais importante é a preservação da área verde e a preocupação com o impacto ambiental que tudo isso vai gerar” ressalta.
Já para a ciclista Aline Barros de Brito, 34, o Parque pode ser visto como uma maneira de incorporar a prática esportiva na vida das pessoas que o visitam, deixando a saúde em dia. “As melhorias que foram feitas ajudaram bastante, desde a sinalização e regras de circulação, que antes ele não tinha, até os banheiros e a segurança”, observa.
Segundo o sargento José Raimundo Honorato, 43, que faz parte da corporação da Polícia Militar há 23 anos, sendo 15 deles no Batalhão de Policiamento Ambiental (BPMA), conta que um dos maiores problemas relacionados à segurança no Parque são os chamados ‘rolezinhos’ aos domingos, dia de maior movimentação. Entretanto, o monitoramento da área segue sem grandes alterações, sendo considerado tranquilo.

A ciclista Aline Barros de Brito,  incorpora a prática esportiva a sua rotina                                                                                      Foto: Luciana Silva

O sargento Honorato é  um dos responsáveis pelo monitoramento da área                                                                                 Foto: Luciana Silva

Se por um lado, no espaço se revelam beleza e cuidado, por outro, mal se pode identificar que ainda se trata do Parque Cocó. O local é tido como elitizado, ou pelo menos a parte que fica localizada na Avenida Padre Antônio Tomás.

De acordo com Paulo Lira, gerente do Parque, já foram realizadas melhorias consideráveis no local, porém existe muito a ser realizado. “O parque é a menina dos olhos de quem o visita. O que foi feito até aqui trouxe inúmeros benefícios. Contudo, é necessário que haja uma requalificação do ambiente como um todo, inclusive em áreas mais remotas e menos frequentadas” disse. Ainda, segundo ele, estima-se que até o final do ano de 2017, cerca de 200 mil visitantes passará pelo lugar. De certo, somente que ainda tem muito a se fazer, principalmente depois que a demarcação oficial dos limites do Cocó passou a ser uma realidade.
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